Um blog sobre essa galera que habita as florestas e as cidades sem problemas com idiomas, enfim, esses e outros personagens de HQ, games e desenhos animados que nos cativam desde os tempos do Gato Phélix até hoje - os meus, e todos os seus concorrentes. Além de falar um pouco também sobre os aspectos técnicos desses personagens, afinal um dia eu ainda desenharei feito gente. Seja bem vindo ao mundo encantado de Igor C. Barros, e cuidado com o degrau!
sábado, maio 20, 2006
Tale Spin: O que que a Rebecca tem?!
A série animada Tale Spin (1990-1991) foi exibida de 1993 a 1995 na Rede Globo. Nesse seriado a Disney retomava alguns personagens de "Mogli", como o agora protagonista Balu (ou Baloo, como eu costumo escrever) e Shere Khan, agora um megaempresário. E não há seres humanos em cena: a ação se passa em Cabo Suzette, uma cidade litorânea na qual se localiza a empresa onde trabalha Baloo, a Me Chame para Voar (Higher for Hire), capitaneada pela empresária Rebecca Cunningham. Hã?! É isso mesmo, pela primeira vez um personagem animado tinha nome e sobrenome.
Apesar de Mogli ter sido um dos dois - eu disse DOIS - longas animados da Disney que eu já assisti na minha vida, quem me chamava a atenção era essa personagem, completamente diferente de tudo que a Disner já fez até então. Entre as personagens femininas da Disney, talvez só Bela ( ersonagem-título em "A Bela e a Fera", e isso pelo que falam, o desenho eu não vi) tenha mais atitude e independência.
Não bastando ter sobrenome, ela tinha uma filha - isso mesmo, não era sobrinha - Betty Cunningham. Daonde ela veio, quem seria seu pai? Não sei, mas não duvido se isso chegou a ser dito em algum episódio. Enfim, sem querer a Disney fez um seriado que pode ser considerado furry, e deixou saudades até hoje. Muita coisa que se fez depois - longas animados, até - não chega aos pés de Tale Spin. E não estou sozinho nessa opinião!
A história original é que no primeiro episódio (um longa metragem de 1990, que chegou a ser exibido, em 4 partes, na Globo), Baloo era empresário autônomo, piloto e dono do avião (o "Marreco do Mar"), mas não conseguiu pagá-lo - sabe, financiamento, essas coisas. O negócio acabou sendo vendido para a empresária Rebecca, uma expert em negócios, que no entanto acabou mantendo Baloo como piloto, embora não ature certas características dele, meio aparentadas de Dorival Caymmi, e coisa e tal. Mas no fundo eles se gostam pra caramba. Nasce aí a Higher For Hire, uma empresa que está sempre se reinventando para atrair novos negócios, tipo a "Vavamentos", do Sai de Baixo.
A série tem 65 episódios (bastante, pra 2 anos, mas o motivo é simples, animação feita fora dos EUA) e uma curiosidade: não fica claro, mas a história se passa por volta dos anos 30 do século XX. O grande meio de comunicação de massa ainda é o rádio, e aviões ainda são um lance meio experimental - tanto é que o avião do antagonista Don Karnage tem três pares de asas!
Tá legal, Rebecca era apenas uma coadjuvante. Mas que ela disputava feio a atenção com Baloo e Gusto, digo, Kiko (ou "Piquitito", uma invenção de Márcio Seixas, dublador do Baloo - no original o personagem se chama Kit), enfim, não estava no gibi. Ou estava: a série chegou a ser vertida para HQ.
Gusto é um personagem dos Ursinhos Gummi que era um "urso dissidente" que não vivia junto com o grupo, e apesar de sua cor azul, era idêntico ao futuro personagem Kit. Foi o único personagem que eu gostei nessa série.
Mas voltando à Cabo Suzette, até hoje eu me pergunto: Afinal, o que a Rebecca tem para ser uma personagem tão phascinante?!... O nome, nem sempre relacionado á personagem aparece 2.500.000 vezes no Google.
E segundo a Wikipedia, a série guarda pontos em comum com o seriado Cheers, onde uma mulher chamada Rebecca (no caso, Kirstie Alley) compra um bar mas mantem seu ex-proprietário (no caso, Ted Danson) trabalhando no mesmo, e os dois vivem brigando. Já assisti Cheers na TV a cabo, mãns, cá entre nós, eu sou muito mais a versão animada.
O que que a Rebecca tem? Comments, please!...
OUTRAS CURIOSIDADES SOBRE TALE SPIN EM GERAL (E PORQUE NÃO DIZER, NAS ARQUIBANCADAS):
No Brasil, a série estreou em horário próprio aos domingos - algo raro, hoje - e terminou sendo exibida diariamente pela TV Colosso. O dublador de Kit era Peterson Adriano, que foi a voz clássica de Bart Simpson. Atualmente, Peterson dirige dublagens e sei lá como é a voz dele hoje em dia. Não sei quem dublou Rebecca, queria saber porquê essa dubladora fez um trabalho sensacional. Falando em dubladores, outro conhecido nosso também participou de Tale Spin: Carlos Seidl (Seu Madruga) dublou o mecânico Damião.
Os personagens da série chegaram a virar figuras de ação, fabricadas pela incansável Playmates, a mesma que já fez as Tartarugas NInja clássicas e Simpsons, outros sucessos daquela época. A empresa existe até hoje.
Segundo a Wikipedia, Tale Spin deveria ser um spinoff de Duck Tales, e teria como protagonista o Capitão Boing. Dessa idéia original, só foi mantido o ambiente de aviação e empresarial. Boing voltaria mais tarde, em Darkwing Duck, de 1991. Já vi em um site, que não me recordo qual, que o 'avião' de Baloo seria totalmente diferente do que acabou sendo na versão final (parecia mais alguma invenção de Leonardo da Vinci ou algo assim).
Vários episódios não contém alguns de seus coadjuvantes (Rebecca, Kiko) ou mesmo seus núcleos (Piratas Aéreos, a empresa do Shere Khan, a Têmbria), cinco deles parecem se passar antes de Rebecca comprar a empresa de Baloo, e um deles dá a entender que Baloo e Rebecca estariam de caso! Ô loco, quem me chamou pra escrever o roteiro?!... XD
Mas o mais interessante é o que vem a seguir: assim como os "nossos" Chaves e Chapolin, Tale Spin também tem episódios cancelados. Mas só nos EUA!
Foram exibidos no Brasil dois episódios da série que nunca mais foram reprisados no país-sede da Disney. Em um deles, Baloo se mete com uma nação possívelmente asiática, habitada por pandas, Pandalá, que ataca o Cabo Suzette - meio que parodiando o ataque japonês a Pearl Harbor. Esse eu gravei três vezes, então tô com uma mega raridade e não sabia! Me aguarde, YouTube!...
O outro não gravei, mas possivelmente foi exibido mais de uma vez, é um em que Baloo vai à Têmbria (uma nação que lembra a antiga URSS) entregar um presente do governo de Cabo Suzette. O presente, na realidade, é uma bomba, um artefato colocado por fabricantes de armas para despertar uma guerra entre as duas, digamos, cidades-estado, para com isso aumentarem as vendas de armas. Eu me lembro de ter assistido, sim, esse episódio, que nos EUA foi exibido apenas duas vezes: uma na época original e a segunda, por engano, anos atrás, segundo a Wikipedia.
E finalmente, uma curiosidade que não interessa à ninguèm: de 1993 até 2000 eu fiz por conta própria pseudo-aventuras dessa turma, nas minhas gravações de fitas cassete, a série "Esquadrilha Porca", que está mais pra sátira do que pra homenagem, mas tudo bem, na qual Rebecca é 55% da série! Em breve vocês poderão ouvir alguma coisa de Esquadrilha Porca no meu blog principal.
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