Um blog sobre essa galera que habita as florestas e as cidades sem problemas com idiomas, enfim, esses e outros personagens de HQ, games e desenhos animados que nos cativam desde os tempos do Gato Phélix até hoje - os meus, e todos os seus concorrentes. Além de falar um pouco também sobre os aspectos técnicos desses personagens, afinal um dia eu ainda desenharei feito gente. Seja bem vindo ao mundo encantado de Igor C. Barros, e cuidado com o degrau!

terça-feira, julho 31, 2007

A incrível história dos esquilos mutantes mais chatos do mundo

*No Gordo Repórter de hoje...* Tá certo que eu li boa parte disso na Wikipedia. Mas o mais incrível é o final da história: os Chipmunks ainda estão em atividade. E estão para invadir os cinemas. PHUJAM enquanto é tempo...

EU E OS CHIPMUNKS... UMA HISTÓRIA DE AMOR (SAI DAÍ, ALVIN!)

Me lembro vagamente que, por volta de 1983, uma música cantada por vozes muito estranhas vivia tocando nas rádios. Só me lembro disso, nem me lembro mais como era a música. Tocou em um ônibus de turismo onde estive, depois tocou em uma discoteca em Osasco, no mesmo dia - detalhe, estava vazia, eu estava dentro do carro do meu pai, que estava em um local onde nunca estivemos antes. Que música era aquela? Na década seguinte, cheguei à conclusão que só podia ser dos Chipmunks.

O desenho animado estreou em 1994 na Rede Globo e me chamou a atenção. Achei que Dog City e A Turma do Max, que conheci um ano antes, eram os desenhos animados mais chatos da história. Mas apesar de extremamente chatos, eles perdiam feio para os Chipmunks!
Talvez o que tenha detonado o desenho em português é que no Brasil as vozes deles perdiam sua principal caracterísitica, que era serem aceleradas. Não havia tecnologia para isso na VTI Rio - embora o desenho "Tico e Teco", que estreou em 1993, já tivesse sido dublado assim pela Herbert Richers.
Talvez por bloqueio mental eu só me lembre que Alvin, o "Didi Mocó" do trio, era dublado pela mesma voz do Yakko Warner e do Número Um. E só passaria a gostar desse pofrissional da dublagem por causa do Yakko, um patcha de um personagem, muito melhor.
Mas não era só isso. Os roteiros também eram de doer. Marinete, a Diarista, é "da paz" e "zen" perto dos três. Os pombos dos Animaniacs eram "bróders". Isso fora as situações que aconteciam. Só me lembro da mais grave de todas, uma cadelinha que morreu no meio do episódio. Charles Chaplin, Maurício de Sousa, Roberto Bolaños e até mesmo Sérgio Mallandro já nos phizeram chorar com muito mais classe.

Além do quê, Chipmunks poderia muito bem ser classificado como ficção científica. Eles e as Chipettes, únicas representantes de sua... hã... espécie, vivem em um mundo totalmente habitado por animais reais e seres humanos. O que gera um certo desconforto. A bem da verdade, eles são esquilos mutantes do mesmo filo de Mickey Mouse. Enfim, argh (mesmo sendo muito bem desenhados na arte do site oficial)

COMO TUDO COMEÇOU
O compositor Ross Bagdasarian gravou, em 1958, sob o nome artístico de David Seville, uma singela canción que talvez vocês conheçam: Witch Doctor, regravada como "Feiticeiro" pelo grupo Harmony Cats e pela turma do Bozo (esta última talvez eu esteja enganado, mas parece ter sido uma das primeiras coisas que eles gravaram). Em ingrêis é assim:
I told the witch doctor I was in love with you
I told the witch doctor you didn't love me too
And then the witch doctor, he told me what to do
He said that ....
Ooo eee, ooo ah ah ting tang
Walla walla, bing bang
Ooo eee, ooo ah ah ting tang
Walla walla, bing bang...
Ooo eee, ooo ah ah ting tang
Walla walla, bing bang
Ooo eee, ooo ah ah ting tang
Walla walla, bing bang
Exceto pelo detalhe a seguir, uma música bem no estilo do Nahim...
O refrão "à la Disney" era cantado por um dueto de Ross com sua própria voz acelerada, em um processo um tanto tedioso de cantar com um playback com a metade da velocidade, idealizado pelo próprio Ross mas não muito feito na indústria phonográphica. Tocando a fita na velocidade normal, pimba! Tá lá a voz "impossível"! (embora esse não seja bem o termo: existe gente, por incrível que pareça, que conseguiria imitá-los em tempo real.)
Eu mesmo me utilizo dessa técnica (bem mais fácil de fazer no computador) devido a ausência de vocais femininos à disposição para as minhas cancciones. Sério, gente, parece fácil, mas a música, as notas e tudo o mais tem o dobro da duração, e se você cantar de qualquer jeito vai parecer artificial demais o negócio. As vezes até eu "me rendo" e ponho a 75% da velocidade... Em alguns computadores mais potentes dá até pra fazer isso em tempo real mesmo.
Bem, e "essa coisa aí" foi ao topo das paradas. Até então, era só uma maluquice do seo Ross.

Ross inventou, então, que aquela "voz" bizarra seria mais de uma e teria donos: três esquilos, Alvin, Simon e Theodore - na verdade, os nomes dos três principais executivos da gravadora, a Liberty Records. E ele chegou a se apresentar em alguns programas de TV acompanhado de bonecos. Na verdade, o lance dos esquilos foi inventado por seus filhos - entre eles, Ross Jr., que em breve seria decisivo para a continuidade desta história. O resultado foi o segundo álbum, onde nasceu o trio parada-dura animal (lembre-se, até então era uma voz só), cantando uma canção natalina- The Chipmunk Song (Christmas, don't be Late), que fez igual sucesso.

O DESENHO ANIMADO
Em 1961, eles tiveram feita sua primeira série animada: The Alvin Show. Onde, dos esquilos realistas das capas dos álbuns, começariam a se tornar los pientejos que conheceríamos mais tarde. (Veja neste site de páginas de colorir como eles eram.)
Foram apenas 26 episódios nessa tentativa, que não chegou a ser exibida no Brasil. Embora, por aqui, houvessem quadros de humor que fizessem a mesma coisa, na mesma época, como mostrou o especial "50 anos da TV Brasileira" - geralmente quadros onde bailarinos imitam "robôs".

Os personagens eram de uma simplicidade e uma cara-de-pau impressionantes: David Seville - enfim, o próprio Ross Bagdasarian - é cantor, compositor e agente dos esquilos cantores de Viena al derredor del muendo, e que "aprontam altos agitos", como diria a Sessão da Tarde.
E não sei como eles resolveram essa questão, mas em algumas capas de discos, eles já tiveram cara de esquilos de verdade, e já nessa primeira série, eles se tornariam os "esquilos mutantes" que conhecemos. Talvez só Howie Mandel tenha chegado perto de Ross Baghdasarian no quesito "personagem de animação menos imaginativo da história"...

É O QUE EU DISSE, ELES SEMPRE VOLTAM,
MESMO QUANDO ELES SE VÃO.

Ross faleceria de ataque cardíaco em 5 de fevereiro de 1972. Antes disso, os Chipmunks já tinham dado um tempo na mídia.
Até que eles começariam a ser tocados de novo por obra de Ross Bagdasarian Jr., que queria apresentar aqueles personagens que seu pai criou com a ajuda dele para uma nova geração. A série de 1961 começou a ser reprisada, desta vez em cores e até começou a criar um certo sucesso. O que motivou a gravação do primeiro disco dos Chipmunks sem seu vocalista original.
Desde então, Ross Jr. e sua esposa Janice Karman são quem fazem as vozes dos personagens. Janice faz a voz de Theodore, enquanto Ross Jr. faz a voz dos outros dois. Talvez tenha sido o empenho do Júnior que manteve o sucesso dos personagens mesmo sem seu criador original. E o personagem David Seville acabou sendo mantido junto aos Chipmunks.

ANOS 80: "ELES SEMPRE VOLTAM..."

Após um relativo sucesso na indústria fonográfica, a emissora NBC acalentava a idéia de trazer a série de volta. E depois de um especial de Natal em 1981, "eles vortaro" à televisão em 1983, pela Ruby-Spears, e a série continuou até 1991, e foi mais ou menos (veja mais adiante) essa que a Globo mostrou, sendo que o traço dos personagens mudou pra caramba entre o começo e o phinal da série - algo bem mais acentuado do que o processo ao longo dos 17 anos dos Simpsons.
Foram apenas 90 episódios, um número um tanto ralo para oito anos (em três anos, Tiny Toon teve 98 episódios!)
Vários episódios tem o mote de Dave, solteirão da Silva de Oliveira, tentar conhecer garotas (ele é "pai" e "mãe" dos CMs) e justamente por conta e culpa deles, estas dão o phora.
Talvez meio que em gratidão, os Chipmunks cantaram em 1984, para a NBC, uma das versões da música NBC, Let's All Be There - aquela música que o SBT verteu para "Quem procura, acha aqui" versão de 1988. (Com tamanha afinidade, acho que eles deveriam ser exibidos pelo SBT, não pela Globo!...)

Em 1983 foi também criado o grupo-espelho, as Chipettes, seu correspondente feminino. E o que é pior, cada uma se parece com um dos Chipmunks! Clichêzaço!!! Walt Disney é punk e eu não sabia!! (Um site americano diz que as Chipettes são completamente diferentes dos Chipmunks no sentido de não terem cromossomos Y...)
Em 1986, chega a Sra. Miller, a "tutora" das Chipettes, uma mulher um tanto cegueta das vista. O nome da série foi mudado de "Alvin & the Chipmunks" para apenas as duas últimas palavras, já que agora haviam dois agrupamentos desses seres imaginários, digo...
Em 1988 e 1989, o programa passou da Ruby-Spears para a DiC, que os tornou mais antropomórficos como eles jamais sonhariam em ser, passando a ter olhos azuis. A Globo se concentrou mais nessa época. No ano seguinte, o programa mudou pra caramba e passaria a parodiar clássicos do cinema, e assim ficou até 1991, quando o programa terminou. Aparentemente essa última fase também não passou no Brasil.
Os direitos dos personagens passaram para a Universal em 1996 (em um contrato que a Bagdasarian Productions, de Ross Jr., alega ter sido rompido, e por isso eles processaram a Universal, esse contrato já acabou) e chegaram a ser produzidos , em 1999 e 2000, dois longas só pra vídeo, com temas de terror, que acabaram fazendo um "revival" da série. Em 2004 foi feito um longa, Alvin and the Mini-Munks, usando computação gráfica e atores reais - e aqui, Ross Baghdasarian Jr. é quem faz o papel de já foi de seu pai. Nunca ouvi falar disso a não ser pelo site ophisial, o que reflete o incrível orçamento desse filme: 600 mil dólares, algo mais próximo a TV - uma minissérie da Globo, por exemplo. Ao contrário do que parece, a Bagdasarian Productions é uma empresa de porte pequeno - eles tentaram fazer um longa metragem sozinhos (The Chipmunk Adventure) em 1987 e se pherraram de azul e vermelho, a verba acabou várias vezes durante a produção. Brasil então, nem pensar: esse filme só chegaria ao Brasil em fitas de vídeo de promoção de um jornal (se não me engano, o Agora São Paulo).

Musicalmente falando, os Chipmunks são como Weird Al Yankovic, eles regravam algumas das músicas que estão por aí e fazem sucesso, da maneira deles. A diferença é que ao contrário de Weird Al, eles não fazem paródias ou as fazem muito raramente, não sei. Poucas foram as músicas originais gravadas por essa pseudo-banda. Um dos últimos sucessos que eles gravaram foi "Macarena". Os artistas, em geral, gostam: assim como ser regravado por Weird Al, isso é sinal de que eles estão fazendo sucesso.

CHIPMUNK FAZ ESCOLA,
E NO QUINTAL DO DAVE, DEITA E ROLA.

Os Chipmunks até fizeram escola: Las Ardillitas (em espanhol, "Os Esquilos), não sei de que país de fala hispânica, gravaram um LP com o Quico - aquele mesmo, do Chaves.
E aqui no Brasil, Os Três Patinhos chegaram a phazer um certo sucesso no começo dos anos 80, com exatamente a mesma proposta. Uma música que eles chegaram a regravar foi a Melô do Piripipi, da Gretchen. [O dia em que alguém puser isso na Internet, no YouTube, GoEar ou IJigg, vai arrebentar!!!]

QUALQUER SEMELHENÇA É MERA COINCIDÂNCIA.

Há duas coisas na série que só eu devo ter notado neste mundo:
Uma das Chipettes, Jeanette, que usa óculos e meias de ginástica (um pouco mais e poderia até ser personagem meu), foi homenageada na série "crássica" das Tartarugas Ninjas com a Irma, que se veste igualzinho a ela, sem tirar nem pôr! A semelhança entre as duas era impressionante. O visual atual da Jeanette (Irma não existe no novo desenho das TNs) no site oficial foi um tanto alterado, talvez justamente por conta disso, sei lá.
Por outro lado, David, na fase DiC, é a cara do Príncipe Eric, de "A Pequena Sereia"... só sendo entendido em estilo Disney para se notar as poucas diferenças entre ambos.
E não sei se alguém notou, mas é isso mesmo: Ross Bagdasarian é descendente de armênios. E o cara é tímido: só achei UMA fotinha do Ross Jr. e da Janice com menos de 200x200 e uma foto em P&B do Ross Sr... Bill Watterson tem mais imagens do que esses dois aí. Acho que eles não aprenderam a maior lição do Maurício de Sousa, que é tão conhecido quanto os personagens que criou.

CHIPMUNKS HOJE: FIRMES E FORTES.
MEU DEUS, POR QUÊ?... O QUE FOI QUE EU FIZ?!...

Além de "continuarem" em atividade, está previsto para dezembro deste ano o philme dos Chipmunks, com Jason Lee no papel de David Seville, uma produção da 20th Century Fox. O diretor é o mesmo de Garfield. Sei lá se vai virar "cult" como o primeiro filme do Quarteto Fantástico... Os personagens para esse filme estão simplesmente bizarros, segundo a minha decsnecsessária opinião, e nada lembram sequer a versão desenhada da Ruby-Spears e da Dic (que, convenhamos, é muito melhor que isso aí!!).

E estes são os equilos mutantes mais chatos del universo!! Tchênsk! (Sério, gente, se tem gente que gosta, porquê tem tão poucas imagens dessa série na Internet?! Até o site oficial é pobre nisso!)

Tópico "condenado" na Wikipedia por excesso de uso de imagens (PUTZ, gente, não tem como, caramba!) aqui
Saite Ophisial: http://www.thechipmunks.com/ (buena suerte, você vai precisar)
Agradecimentos à Piano Elétrico (o meu avô já vendeu alguns em Porto Alegre...)

Um comentário:

Anônimo disse...

esse desenho é legal..