Gente, foi com muita surpresa que eu notei que este blog passou a fazer parte da seção de links de um dos blogs mais visitados do Brasil, o Zoando os Malas da TV, da "Rede Malas" - uma rede de blogs que trata dos mais diversos assuntos ligados à televisão.
E este blog aqui trata de um assunto um tanto obscuro, um tanto marginal - embora, para mim, não deveria ser. E eu imagino que muita gente queira saber o que catso é esse tal de furry.
Furries (assim mesmo) ou Furrys são personagens de desenho animado, quadrinhos, ou até mesmo somente de desenhos isolados (que circulam pela Internet), que não são seres humanos, mas que, por outro lado, também não retratam animais de verdade. Esses personagens são criados por todo o tipo de gente: amadores ou profissionais da área que fazem isso como lazer.
Os personagens também podem ser de qualquer jeito: dos mais simples aos mais complexos. Seus estilos também variam: mangá, Marvel/DC, Disney/Warner, "cartoon dinamarquês" (Asterix, Smurfs), etc... E seus formatos também: alguns andam "na ponta dos pés", outros não, outros são exatamente como os centauros da mitologia grega. Alguns não tem caudas, outros tem, o pessoal costuma ter entre 3 e 5 dedos, enfim, é um sem número de variações.
Mas o que interessa é o seguinte, nem todos eles dariam personagens, digamos, comerciais e vendáveis - embora vários se baseiem nos furries comerciais que estão aí (muitos personagens que você conhece, como o Pernalonga.). Muitos de seus autores preferem ir mais para o lado artístico da coisa, fazendo enredos sérios como os de uma novela ou HQ das mais conceituadas, o que, confesso que não é o meu caso. Eu, pelo menos, faço personagens do jeito que eu gostaria de ver por aí, e quero que eles sejam desenhos animados de televisão, aproveitando que nenhum personagem brasileiro ainda é um sucesso absoluto nesta mídia - embora Anabel e Turma da Mônica já sejam realidade.
Por outro lado, muitos se contentam em fazer apenas o "fan art" - desenhos desses personagens comerciais em outras situações admitidas no original ou não. O Fan Art não é visto com bons olhos pelos estúdios, embora a simples inscrição "Copyright © XXXX, [criador do personagem]" nos desenhos pareça resolver a maior parte das questões, mesmo porquê esses desenhos não tem fim lucrativo nenhum. E existem muito bons fan-arteiros por aí, que quem sabe, poderiam até fazer parte das equipes dos originais. Mas é bom não se animar, nunca soube de uma pessoa que conseguisse emprego dessa forma...
Uma característica curiosa, e que eu adotei sem querer e muito antes de conhecer esse pessoal da Internet, é de que a maioria dos artistas gosta muito de fazer personagens que são raposas, gambás, até dragões, enfim, esse pessoal aí que são os "vilões" das fábulas e desenhos animados, mas como personagens "do bem". (Dragões também são considerados furries).
Vários dos meus personagens se parecem com raposas, doninhas e gambás - fora os gatos, que na minha opinião é o "pessoal" mais injustiçado dentro dos desenhos que não os do Garfield!
Algumas personagens que estão aí se destacam como ídolos da maioria desse pessoal, e talvez você já as conheça. São Fifi LaFume - aquela gambá do desenho Tiny Toon - e Minerva Mink - uma das mais obscuras personagens da série Animaniacs, mas que quando aparece, dá um show. Logo atrás, ou até empatada, curiosamente, vem uma personagem que eu também gosto muito: Rebeca Cunningham, a ursa que é chefe de Balu na série Tale Spin, da Disney, que era exibida pela Rede Globo nos anos 90.
As três tem uma certa mistura de beleza com atitude (um tanto rara nas personagens mais tradicionais) que fazem as pessoas vibrarem. Personagens "alternativas" como a protagonista de "Sabrina On Line" também seguem esta receita. Não tenho certeza, mas acho que Lola Bunny também faz parte deste time.
Há quem diga que começou a desenhar furries tentando desenhar a Fifi - embora Pepe le Pew, na verdade, seja o pioneiro dos "personagens de nariz triangular sem dentes salientes" (Timon, o pessoal dos desenhos caninos como Balto, Todos os Cães Merecem o Céu, Oliver, a minha personagem Rosalyn, etc.). Na verdade, o sex-appeal da Fifi chegou até a atrapalhar alguns licenciamentos com os personagens desse desenho! Sacanagem, eu gostaria de ver muito mais a Fifi por aí, sinceramente.
Ah sim. Pato Donald, Pica-Pau... esses não são furries. Na verdade, tenho dúvidas até se Mickey e seus derivados poderiam ser considerados como tal ou não. Por outro lado, existem furries sem dedos, como o pessoal do My Little Pony. E, puxa, agora me veio na cabeça, será que tem personagens ornitorrincos por aí?... Eu só encontrei até hoje na Internet os Hornytorrinkos Ninja (um antigo site de 1997), mas aí era mais coisa de humor mesmo, sem ter nada a ver com o meio furry.
E como nascem os furries? Os outros artistas eu não sei, mas eu confesso que eu descobri o que era furry em 1993, desenhando a maioria do pessoal do Tiny Toon e, tempo depois, criando uma personagem como eles, mas original: Julie (uma raposa de 1,30m de altura, vaidosa que só ela, e autodeniminada guaxinim, não sei por quê.). Foi assim que tudo começou, e meses depois surgiria a Rosalyn, que está aí até hoje.
Antes deles eu fazia uma versão da Turma da Mônica à meu bel-prazer, onde o quarteto principal contracenava com o Bart Simpson, e eles iam no teatro zoar um show das Tartarugas Ninja! O tipo de criatividade que se fosse praticado no mercado real, sairia extremamente caro...
Bom, eu não sou nenhum doutor Dráuzio Careca, mas se você, amigo blogspectador, ainda tem alguma dúvida, escreva pra mim. Muito obrigado. Divisão Furry, a gente se vê por aqui!
P.S: agora o Blogger permite hospedagem de imagens, em breve eu vou editar este post colocando imagens por aqui.
Um blog sobre essa galera que habita as florestas e as cidades sem problemas com idiomas, enfim, esses e outros personagens de HQ, games e desenhos animados que nos cativam desde os tempos do Gato Phélix até hoje - os meus, e todos os seus concorrentes. Além de falar um pouco também sobre os aspectos técnicos desses personagens, afinal um dia eu ainda desenharei feito gente. Seja bem vindo ao mundo encantado de Igor C. Barros, e cuidado com o degrau!