CALMA!! Não vou deixar de desenhar, nenhum site e nenhum blog está chegando ao fim. É o fim de um outro sonho que causará uma ligeira mudança em alguns dos meus personagens.
Desde 1991, quando eu vi um número do Grande Circo Acrobático da China na televisão, eu comecei a nutrir um fascínio pelo contorcionismo. Semanas depois, criei duas personagens - gêmeas, como as chinesas que vi na TV - que eram contorcionistas. Mas não vale a pena mostrar pra vocês, elas eram seres humanos, e muito sem graça comparadas com os furries que viriam a ser criados depois. O tempo passou, e 10 anos depois, os seres humanos deixam de existir nas minhas HQs, e personagens como Rosalyn vivem em um mundo onde não há seres humanos, nem animais. Quem acaba meio que herdando essa característica é a raposa Tsunami, criada em 1997.
Em 2001 eu me surpreendo ao descobrir na Internet um site que garantia que essa arte estaria, digamos assim, ao alcance de todos. O site passava todos os exercícios que deveriam ser feitos para uma pessoa normal, como eu e alguns de vocês se tornar uma pessoa de dar inveja a aqueles maledettos ginastas russos e chineses produzidos em série em seus países de origem. Seriam 3 horas por dia, durante um vago período, descrito como "alguns meses". Vale fazer assistindo TV e tudo o mais.
Comecei a tentar fazer alguma coisa daquilo - na época, aos 23 anos, um tanto "tarde demais" para tanto, muito embora o site dissesse que tinha gente com 80 anos phazendo aquilo.
Mas, amigos, infelizmente a Internet pode nos pregar peças... pegadinhas, háaa! E assim como as clínicas de cirurgia plástica, aquele site vendia o sonho, desgraçadamente falso, de que todos nós poderíamos ser igualmente perfeitos.
Se aquilo me trouxe algum benefício foi eu ter perdido uns 6 quilos, rapidamente repostos depois. O resto... Desconfio que estou com lordose. Não sei se vou sofrer pra caramba lá pelos 50 anos de idade.
E mais: um SBT Repórter exibido em 2002 já dava o alerta: contorcionistas são pessoas especiais, diferentes, aquele raro tipo de diferença que não nos causa timidez ou vergonha - e que nunca, nunca é dado a pessoas que realmente a desejam ou delas precisam...
E uma matéria publicada hoje no Folha Equilíbrio jogou a pá de cal definitiva nessa história. O pessoal bem sucedido que está aí, nos circos da vida, é assim porquê seus pais eram assim e seus avós idem, ou seja, há uma herança genética que determina tudo isso aí. E ponto final, daqueles de máquina de escrever, quase furando o papel.
Tsunami agora só será conhecida pelos seus saltos mortais, e nada mais do que isso. Afinal, convenhamos, em matéria de número, há muito mais gente que dá salto mortal do que é contorcionista, e em matéria de gênero, o salto mortal é bem mais democrático (apenas cerca de 10% dos contorcionistas do mundo são homens!) Vamos ver se agora a coisa vai. Afinal, as Tartarugas Ninja, que me inspiraram isso também, já estavam lá em 1991 e continuam firmes até hoje (só com menos remakes do que aqueles filmes do advogado que vira um cachorro e dos gêmeos que conversam por telepatia...)
Mas outros sonhos continuam firmes, como o de aprender animação (tradicional, mesmo), mesmo desenhando mal e mal e tendo quase 30 anos nas costas. Afinal, eu sou brasileiro... e não desisto nunca!
Um blog sobre essa galera que habita as florestas e as cidades sem problemas com idiomas, enfim, esses e outros personagens de HQ, games e desenhos animados que nos cativam desde os tempos do Gato Phélix até hoje - os meus, e todos os seus concorrentes. Além de falar um pouco também sobre os aspectos técnicos desses personagens, afinal um dia eu ainda desenharei feito gente. Seja bem vindo ao mundo encantado de Igor C. Barros, e cuidado com o degrau!
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